A segunda criança que entra nas nossas vidas chega para desconstruir toda a ideia de maternidade que você achava que já tirava de letra. Chega destruindo mesmo qualquer edificação ilusoriamente construída em bases sólidas.
Vem ensinar que o coração não se compartimenta com partes “irmamente” divididas. É como se existisse vários corações de diferentes tamanhos, formatos, consistências e resistências para cada situação e circunstância de vida. Não se trata de amar mais ou menos um filho ou outro, mas ter expansão de amor em construção sempre. As compreensões do amor mudam de forma, se misturam com nossa própria história de vida, com o que nos marcou.
Nos vemos quase que forçadas a revisitar nossa vida, nossas prioridades, nosso maternar até então.
Lis chegou num parto à jato domiciliar. Foi tão repentino que até hoje ainda preciso voltar a falar os mínimos detalhes para tentar viver o que acabei não vivendo. Assim, não houve tempo para aquele rito de passagem tão falado.
O amor que eu já havia me preparado para esperar brotar com o passar dos dias, semanas, meses do puerpério, despencou violentamente dentro de mim e nem soube entender o que era aquele sentimento.
Lis chegou trazendo uma maré de muito amor, que invadiu a casa toda e preencheu cada coração aqui pulsante.
Desafios existem com a chegada de uma outra criança? Claro! Vivemos eles todos os dias. Aquela primogênita desfraldada, que já dormia a noite toda e sabia dizer o que queria é acompanhada agora de um recomeço de tudo.
Acompanha também uma relação de irmãs que eu nem consigo descrever de tão incrível. A troca de olhares..isso merece um texto à parte.
Lis me ensinou a necessidade de me curar, me cuidar, me aceitar, me abraçar.
A maternidade com duas crianças, ao mesmo tempo que me ajudou a me enxergar como mãe, também me convocou a buscar respiros para que seja um maternar mais leve, mais gostoso.
Sigo na busca dessa construção da maternidade leve em mim!
Quem se identifica?
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