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Foto do escritorRosana Seager

Vou te contar uma coisa que nem todo mundo sabe



Vou te contar uma coisa que poucos falam e na verdade nem sempre queremos saber:


Quando gestamos estamos tão alheias do mundo que iremos adentrar, talvez nos blindemos do que talvez enxerguemos como comentários chatos, de gente sem noção.

A verdade é que gestante vira pára-raio de gente sem noção mesmo. É como se de repente sua vida virasse público, onde todos se sentem no direito de comentar sobre o tamanho da barriga, se o peito cresceu ou não, se engordou demais ou engordou de menos, formato da barriga, roupa que fica boa, roupa que não, nome do bebê, sexo do bebê, via de nascimento.


Para não comentar das histórias terríveis que chegam aos ouvidos da gestante. E as pessoas estranhas que tocam na barriga?

Uma vez uma pessoa começou a fazer carinho na minha barriga enquanto conversava comigo e eu comecei a fazer carinho na barriga dela também. Se pode na minha pode na sua também, né?


Mas o que talvez eu teria gostado de ouvir quando gestante, ou talvez não teria gostado, mas teria sido importante foi:


- que a criança nasce, mas a mãe demora a nascer

- que o amor existe, mas ele se constrói e cresce dentro do seu tempo

- que a gente tem sentimentos mistos milhões de vezes e se culpa por isso

- que a gente tem muitos momentos de não querer ouvir ninguém chamando: “mamãe!”

- que é um trabalho sem fim, sem poder pedir demissão, sem férias, sem décimo terceiro ou remuneração

- que você passa um enorme tempo sem poder ter muito dizer sobre o que você quer fazer naquele dia

- que dormir igual a antes não vai mais existir

- que você vai se perguntar muitas vezes: pq eu fiz isso mesmo?

- que você VAI precisar de uma rede de amigas mães que já tenham passado por isso ou estejam passando também

- que seus amigos sem filhos não vão entender o tamanho do seu cansaço

- que a gente não tem como controlar tudo (na verdade praticamente nada)

- que a gente ficará muito eficiente quando tem 1h sem crianças para resolver 1 milhão de coisas

- que a gente terá uma carga mental infinita de afazeres e pensares

- que a rotina será cansativa por muito tempo

- que você vai cansar de brincar


Tem dias que é “só” isso tudo acima que fica gritando mais forte na nossa mente. E tudo bem.

O que maia importa nesses dias é você poder contar com alguém que te ouça, que te abrace, que te ame mesmo com todas as suas imperfeições e dificuldades.


Ser mãe é um processo de auto-conhecimento, de visita à nossa própria história. Precisa de cuidado da mãe.


É ÓBVIO, que quando nos sentimentos assim, esquecemos de todas as nossas virtudes, maravilhas, conquistas e super poderes. Fica então muito mais forte tudo que não somos.


Faça-se um enorme favor: na próxima vez que vc vivenciar um momento incrível com seus filhos, que você se sinta uma mãe f***, escreva em um pedaço de papel, grave um áudio a si mesma e quando se sentir o cocô do cavalo do bandido, leia o papel ou escute o áudio!


Você não está sozinha no turbilhão dos seus sentimentos.

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